terça-feira, 5 de junho de 2007

Porque somos o melhor do mundo

Dez horas da manha e o despertador doce que diz que não posso mais repousar nos braços…Oh não! Nos meus braços! Humpf, adormeci mesmo em cima do braço e, como é óbvio, dói-me (até agora).
Ok. Comecemos de novo.
Dez horas da manha e o som doce do despertador diz que não posso mais repousar, 700 crianças “esperam-me” na praça amarela, que assim como a vermelha de Moscovo, Lisboa tem.
- Bom dia, era um Táxi a crédito.
- Qual é o crédito? (ler com voz igual a da senhora que chama o funcionário à caixa central)
Sim, é de aproveitar, porque este tipo de regalias já estão quase a ser, já estão quase a: eram!
No largo caminho até à Praça do Comércio penso sobre a noite passada. O Taxista tenta explicar-me que perto do sítio onde quero ir “dizem que está uma confusãaaao”. (Yah, fixe! Está a ver essa confusão? É mesmo para lá que quero ir, se faz favor). Sou fã dos taxistas desta cidade (tirando o que no outro dia me proporcionou um belo de um acidente). Sou, fã, mas hoje não, quero pensar na noite.
-Tem mesmo a certeza que quer ir para a confusão? Olhe que não se passa.
Encho os pulmões, aperto as mãos, peço perdão antecipado aos duendes, anjos, arcanjos e fadinhas (isto foi de escrever tanto sobre a Floribella) e:
- POOOO…de parar no sítio mais perto, onde lhe dê mais jeito e não lhe cause transtorno, se faz favor.
-E como não há troco a dar. A menina sai e vai a correr.
Sorriso amarelo às pintas rosa.
- Claro. Vah, um bom dia para si.
Rua Augusta. Sol. E o barulho ao fundo, o barulho in confundível dos pequeninos.
Devaneios e esquizofrenias à parte. Tive o tão desejado sol da manhã. Tive sorrisos. Tive alegria. Aquela que só os meus semelhantes conseguem ter. Estavam ali para marchar pelo ambiente. E a minha vontade era de enfiar um boné branco. Desenhar o meu cartaz e andar ali a berrar com eles pelas ruas da baixa por um mundo melhor. Crescemos e nunca mais conseguimos berrar assim.
Caminhei na rua Augusta, pela feirinha de pequenas bancas coloridas onde estavam à venda os brinquedos usados que os pequeninos trouxeram de casa e estavam a vender para conseguir sorrisos numa instituição de solidariedade à sua escolha. Comovi-me (acto que nunca se manifesta em mim) com a sua simplicidade de fazer. O Alberto, um sereno menino, com ar de menino e olhar limpo de menino, explicou-me que estava feliz porque tinham conseguído 123,93 euros para os meninos que estavam doentes. Eu apontava no bloco. E ele perguntou se ia aparecer na televisão.
Seguiu-se a exposição dos trabalhos que tinham feito com materiais usados. Meia dúzia delas estavam perfeitas para coabitar com a minha pessoa. Claro que foram projectadas pelos mais velhos, os professores, mas estava ali o toque mágico dado por mãozinhas.
Tudo feito em "ponto pequeno" para atingir um grande objectivo: o meio ambiente. Afinal é de pequenino que se torce o destino, e o mundo.
Escrevi sobre eles, mas não podia explicar nas folhas do jornal, o que realmente foi importante naquela manhã.
Feliz Dia Mundial do Ambiente!

1 comentário:

Anónimo disse...

és mesmo uma pinipôn, corps bride. uma pinipôn linda. às pintinhas e às riscas. aos sorrisos. és uma pinipôn aos sorrisos, é isso.
:)