domingo, 30 de setembro de 2007

Acrescentei...

Deixo, com as imagens, excertos do diário de bordo que tive vontade de partilhar convosco. Não tenho dúvida que as fotos falam por si mas há momentos que senti. Em que tinha que falar por mim. :)

sábado, 22 de setembro de 2007

De volta das voltas

Cheguei, já há algum tempo, mas antes de vir aqui tive que ir a correr para o quarto, estudar a correr para os exames que passaram a correr e espero que corram comigo para uma nova fase de vida.
Estou feliz mas cansada. Por isso ao fim deste mês de aventura + semana bónus de estudo tive que parar, parar mesmo, simplesmente parar. Perdoem-me as saudades e os amigos que me encheram delas por não correr primeiro para vocês mas senti que por uns dias tinha mesmo que descansar o corpo que não é forte por natureza.
Inicio hoje o Diário de bordo de dias cheios de páginas, inicio os beijos e o adeus à saudade. Completá-lo-ei pouco a pouco. Agora ficam as imagens. Amanhã ficará o que tiver de ser e assim consecutivamente ou não.
Inicio hoje o trazer a terra bocadinhos de mim, de tudo. Até que cheguem a todos onde quero chegar.

Eterna Roma




















Costiera Amalfitana

Ocupa o primeiro lugar no ranking das 100 maravilhas naturais no mundo, segundo a National Geographic.


Nápoles





Qual é a coisa, qual é ela?...

Era o último de 5 dias nas Eolie, ilhas do distrito de Messina. Queríamos uma tarde tranquila daquelas que as ilhas tão bem nos souberam dar: de palavras de água salgada. A comandante Manú, que cresceu nos terrenos secos de Salina, já sabia o sítio até onde nos tinha que guiar.
Parou o carro. Estávamos em Pollara. Já se via o mar. Um painel cintilante de água que entrava por uma encosta de rochas perfeitamente esculpida que se via bem lá ao fundo de 150 escadas.
-Trouxe-te aqui porque sabia que ias gostar.
-É linda a praia.
-É, mas... estás a ver este portão? É o portão da casa onde foi filmado "O Carteiro", de Pablo Neruda.




Ilhas Eolie - Salina - Pollara





Ilhas Eolie - Stromboli



Ilhas Eolie - Salina - Lingua

Ilhas Eolie - Salina - Santa Marina



























Messina














A caixinha de surpresas não parou de se abrir e foi em Messina que descobri que Roberto Benigni estava a fazer um espectáculo por todo o país e que ia estar na cidade num dos dias em que me encontrava aí.
Inspira, expira. Compra o bilhete. Beija o bilhete. Entra no estádio. Um estádio cheio para ver o Roberto? Claro. Desculpem a proximidade mas foi ele que pediu e deixou. Ambiente de festa popular. Eis que entra o energético poema humano do cinema italiano. Palmas. Um silêncio que transpira respeito. Arrepio. Stand up comedy que salta entre temas variados como Berlusconi, Berlusconi e Belusconi. Ah!E políticos italianos que não conhecia. Uma assombrosa dissertação sobre o amor inspirada em Dante. Inspira, mais e mais: Benigni está a recitar Dante!!! Fim. 5 "voltas" de aplausos. Seja a quem for: obrigada.

Taormina













































































A viagem até à "pedra na ponta da biqueira da bota" foi interminável. Deixei o norte eram umas 7 da manhã chuvosas em Bolonha (a cidade onde nunca chove). Abracei os amigos e parti para uma quantidade ingrata de horas que iam ser passadas sozinha e num comboio.

Mais uma vez a rede de transportes Italianos cumpriu o seu maior dever(?) e o comboio que me fez chegar até Roma para apanhar a ligação até Villa S.Giovanni chegou 10 minutos atrasado, perdi a ligação e fiquei completamente perdida no gigante termini da capital Italiana. O caótico termini de Roma.
12 horas depois cheguei. E foi no barco, já em braços amigos, que comecei a descansar da longa jornada em que vi um pouco do sul de Itália por uma janela.
Na ponta da biqueira da bota encontra-se uma pedra mas uma pedra preciosa que muito mais que os pequenos lugares únicos e preciosos que se pode conhecer a cada dia encontramos gente de um calor humano que sabe quase a compensação divina.
Percebi (por)que chegar a um sítio assim tem que implicar GRANDES viagens. Remeti um pouco para a lógica dos descobrimentos e não deixei de fazer interiormente constantes referências à Odisseia. Quiçá um abuso que não tenho medo de confessar.Aqui começaram 10 dias na ilha dos amores.



Bolonha



Cheguei a estas praças e gritei:
- genteee!
Tinha acabado de encontrar uma Bolonha deserta, sem os estudantes que segundo o que me explicaram enchem as ruas de corpos, vozes e cheiros.
É Agosto e a cidade de tons laranja está deserta ... dos estranhos que normalmente criam um ambiente quente e familiar.
Caminhei entre reencontrados caros amigos que caminhavam comigo e diziam: "- neste café come-se bem"; "esta praça está sempre cheia de gente"; "eu venho sempre aqui com os meus amigos e é difícil arranjar lugar".
Via os lugares e imaginava a gente e quase que ouvia o eco do barulho. Mas Bolonha continuava deliciosamente deserta.