quinta-feira, 28 de junho de 2007
quarta-feira, 27 de junho de 2007
terça-feira, 26 de junho de 2007
Philip Glass no Theatro Circo, ainda.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
1:24 a.m.
Cada dia para que agamos locuras a cada instante...
Siempre ame nuestra locura."
domingo, 24 de junho de 2007
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Desafio: fotogramas viajantes
- Uma maquina descartável;
- Com 24 fotografias;
- Vai ser posta a circular entre 24 pessoas que aceitem o desafio;
- Cada pessoa tira uma foto (só uma);
- Passa à próxima pessoa.
- No fim vamos todos viver a surpresa do resultado.
Quem quer viajar com a máquina de toda a gente?
Os "bilhetes" podem ser reservados até dia 10 de Julho.
Que estão à espera? Ponham o vosso nome! Sim! Aí em baixo! :P
* Não sei o resultado da tentativa da Ana. Se calhar é melhor que ela conte no fim. :)
Verão traz Sophia de Melo Breyner ao meu jardim
- Sim? - interrogou o Carvalho.
- Vou dar uma festa!
- Uma festa?
- Sim, uma festa de flores igual às festas das pessoas.
Vou dar uma festa à noite aqui no jardim.
- É uma ideia - disse o Carvalho sem entusiasmo porque estava velho e não gostava de novidades.
- Vai ser maravilhoso! - prometeu o Gladíolo.
(...)
E foi-se dali correndo pelas ruas.
A meio do caminho encontrou o vento.
- Vento - disse ele - tenho pressa. Leva-me à estufa.
E o vento pegou no Gladíolo e levou-o pelo ar até à porta da estufa.
- Empurra a porta - pediu o Gladíolo.
O vento empurrou a porta e o Gladíolo entrou voando na estufa.
E o vento foi-se embora e a porta gemendo fechou-se sozinha.
- O que é isto? - perguntou a Begónia.
- O que aconteceu? - perguntou a Orquídea.
Tenho uma notícia, tenho uma notícia! - gritou o Gladíolo.
Na manhã seguinte, o Gladíolo chamou três borboletas e pediu-lhes que levassem um recado seu à Tulipa, ao Cravo e à Rosa.
- Digam-lhes da minha parte que se está a organizar uma grande festa e que elas fazem parte da Comissão Organizadora e que por isso eu lhes peço para virem esta noite ao jardim do Rapaz de Bronze.
As três borboletas partiram voando a levar o recado, mas pelo caminho foram poisando em muitas flores a quem iam dizendo a notícia. E logo o jardim se encheu dum rumor de conversas e flores. E as borboletas mais tontas do que nunca voavam para todos os lados porque as flores as chamavam e pediam:
- Vem cá. Borboleta. Conta-me.
E as borboletas poisavam, contavam e davam voltas e reviravoltas. Mas por fim chegaram ao seu destino.
Todos concordaram que a Clareira dos Plátanos era o lugar ideal.
- O terceiro ponto a combinar - disse o Gladíolo - é a orquestra.
- Rãs - pediu a Begónia.
- Cucos e pica-paus - disse o Cravo.
- Rouxinóis - disse a Rosa.
- Melros, moscardos, sapos-tambores - disse o Cravo.
- Creio que o melhor será cantarem todos. Será uma orquestra magnifica e muito completa - disse o Gladíolo.
A comissão concordou.
- Esta festa não é uma festa de pessoas, é uma festa de flores - exclamou o Cravo muito zangado.
- Mas numa jarra tem que se pôr qualquer coisa. Uma jarra não pode ficar vazia - respondeu a Tulipa.
- Ah! - disse o Rapaz de Bronze - se as pessoas, nas festas de pessoas põe flores nas jarras, nas festas de flores devem pôr pessoas nas jarras.
- Ah? - disse o Gladíolo.- Temos que pôr uma pessoa na jarra de pedra - concluiu o Rapaz de Bronze.- Mas que pessoa? - perguntou a Rosa.
- Uma pessoa que seja como uma flor - respondeu o Rapaz de Bronze
- Não há nenhuma - disse a Rosa.
- Podia pôr-se a dona da casa - propôs o Gladíolo.
- Não parece uma flor, parece uma corça - disse o Cravo.
- Então o dono - propôs a Begónia.
- Parece um peru. Não serve - disseram os outros.
- E a filha da dona da casa? - perguntou a Orquídea.
- Não, não - disse a Rosa - parece uma rosa de plástico.
- Conheço uma senhora elegantíssima que parece uma Tulipa - disse o Gladíolo - Vi-a ontem na festa. Ficava bem numa jarra. Mas não sei onde ela mora.
- Eu - disse o Rapaz de Bronze - conheço uma pessoa que é como uma flor.
- Quem? - perguntaram as flores.
- A Florinda.
- Bravo, bravo, queremos a Florinda - disseram a Rosa , o Cravo, a Begónia, a Tulipa a Orquídea e o Gladíolo.
Porque todas as flores adoravam a Florinda.
A Florinda tinha sete anos e era filha do jardineiro. Era parecida com todas as flores. Os seus cabelos eram loiros como a cabeleira do Girassol, os seus olhos azuis como duas violetas, as suas mãos brancas e finas como camélias, a sua pele fresca e macia como uma rosa e a sua boca vermelha como uma cravo.
- Estamos todos de acordo e está tudo combinado - concluiu o Gladíolo.
As flores despediram-se do Rapaz de Bronze e afastaram-se rindo e dançando entre o luar e as flores do jardim. (...)"
Fotos by me
quinta-feira, 21 de junho de 2007
quarta-feira, 20 de junho de 2007
terça-feira, 19 de junho de 2007
Ensaio sobre a sinceridade
ESTUDOS CAMONIANOS
"Estavas linda, Inês, e Camões
decerto não se importará
se eu disser que tinhas
posta no lugar a carne inteira
do meu futuro desassossego.
Aos poucos vai o corpo apodrecendo,
gentil da terra furor de que esquecemos
notícia e lastro, entretidos a morrer
por novas avenidas velhas
que em breve nos não verão mais,
apartados pela vidinha.
Mas estavas tu linda, Inês,
alheia ou talvez nem tanto
ao cego conhecido engano
que por vezes se dissipa
Um xi-coração para ti. Porque somos meninas de atitudes puras.Obrigada. :)
domingo, 17 de junho de 2007
Vislumbres: do engraçado
Sequência: meter as coisas na caixa com asa e partir, chegar, tirar as coisas da caixa com asa, partir. Não é fácil. É como dançar valsa, precisamos é de ganhar balanço no corpo e 123…1..123…1(…).
Chegar, só, com a caixa? A caixa procura afecto e o afecto magia.
Partida: A menina e moça traz-me o melhor que reuniu entre as suas colinas e num recreio simples, claro e afectuoso leva-me até cada um dos habitantes da terra dos sonhos, de uma forma tão limpa.
Ás vezes deixo-me de perplexidades: há um tipo de qualquer coisa nos quatro elementos que faz com que estas coisas aconteçam, não há? Há não há? Há.
ººº Lista de recados da minha ausência ººº
* Um doce-beijo-à-doce-menina que me deu a mão quando chegávamos a medo.
* Um xi-coração à revelação que apareceu em passos mansinhos e se prepara para ser tanto.
* Miminhos para a pequenita, sorridente e iluminada que aturava todos os meus ataques de insanidade cerebral no Nº13.
* Um beijo na mão ao menino senhor que felizmente se acercou tarde em vez de nunca, que chegou e disse, que aguentou a minha água mole na sua pedra mais ou menos dura e não furou: o meu querido J.C. disfarçado de Clark Kent.
* Um xi e um muah à iluminada: menina do viver o dia-a-dia, companheirinha de festa, esplanada e tudo que é energia.
* Um sorriso a esta linda e cintilante surpresa com ar de rebuçado mesmo agora no fim do início.
* Uma vénia, uma flor e um poema para esta “halface”. Para a pequena bailarina. Pelos momentos em que gatinhamos as duas quase sem conhecer os recantos da cidade. Pelos mesmos gostos. Pelo mesmo sol. Pelos sorrisos. Pelo sonho e pela loucura. Pela simplicidade e autenticidade. Pelas coisas simples.
Para todos e por todos, por tudo que há-de vir.
* Ainda esperamos o Lucas que foi na excursão?
* Deixo-vos uma Carla, uma Rute, um Stephane e um Flávio no frigorífico.
* Levem o meu lixo à reciclagem que me esqueci;
* Mantenham o quarto arrumado!
* Não deixem o espírito do J.Palma morrer.
* Deixo flores que caem das varandas em que passam. Deixo pedacinhos de sorrisos de mim pintados nas paredes. Deixo a saudade. Deixo a memória do que não imaginei que pudesse desde cedo ser assim. Que Lisboa pudesse ser logo assim. Sem vocês não poderia ter sido logo assim.
As nossas vozes que cantam ainda ecoam pela cidade
das pedras que ainda mexem com a nossa dança.
As palavras das conversas trocadas que empurram a tinta das paredes.
O quanto soubemos ser felizes não posso esquecer.
To be continued… ;)
"E que é que foi que ele disse?
E que é que foi que ele disse?
Hoje soube-me a pouco.
passa aí mais um bocadinho
que estou quase a ficar louco
Hoje soube-me a tanto
portanto,
Hoje soube-me a pouco"
Sérgio Godinho
quinta-feira, 14 de junho de 2007
3:43 a.m.
Humour me before I have to go
Deep in thought I forgive everyone
As the cluttered streets greet me once again
I know I can't be late, supper's waiting on the table
Tomorrow's just an excuse away
So I pull my collar up and face the cold, on my own
The earth laughs beneath my heavy feet
At the blasphemy in my old jangly walk
Steeple guide me to my heart and home
The sun is out and up and down again
I know I'll make it, love can last forever
Graceful swans of never topple to the earth
And you can make it last, forever you
You can make it last, forever you
And for a moment I lose myself
Wrapped up in the pleasures of the world
I've journeyed here and there and back again
But in the same old haunts I still find my friends
Mysteries not ready to reveal
Sympathies I'm ready to return
I'll make the effort, love can last forever
Graceful swans of never topple to the earth
Tomorrow's just an excuse
And you can make it last, forever you
You can make it last, forever you
"Thirty-Three", Smashing Pumpkins
Call me miss van
Gosto de sair, perder as ruas e encontra-me por elas. Caminhar sem me atrever a dizer por onde vou. Cada sítio é especial, mas confesso que perdermo-nos pelas calles da cidade de Gaudi é um vício que nos deixa tontos.
Jogada Nº13 (por exemplo). Lançamos o dado que aponta para o túnel. Entramos e há um metro. Fazemos pim-pam-pum, quem está livre são as outras cores, da galinha para o pato e do pato para o peru sai a linha vermelha.
No mapa dos caminhos coloridos, que também nos aponta o caminho amarelo da Dorothy, saiu o a rota vermelha que diz: "se saltares três estações, podes chegar até à Sagrada Família". 1, 2, um salto maior e 3. É por aqui -> Saímos e vemos um jardim e prédios. Fazemos cara de desenho animado que torce a boca de plasticina e roda os olhos 360º. Começamos a pressentir uma sombra que nos envolve e empurra as costas. Vibrações de pedra que de tão esculpida, mesmo 100 anos depois, ainda saltam lascas. Viramo-nos a medo. E aí está ela, gigante, volto a repetir G.I.G.A.N.T.E e imponente mas extremamente acolhedora. O presépio que toca no meio do céu, o ponto mais alto do skyline da cidade da gente feliz, que rasgou tentáculos ao lado do mediterrâneo. O castelo das torres de gomas que consegue explicar, acima de tudo, porque é que a família, que é tão sagrada, merece uma marca tão marcada na terra do mundo. Sentimos paz e uma fortuna extrema. Pensamos em Gaudi e na sua presença. Agradecemos mais uma vez, seja a quem for, por nos ter feito ir parar ali.
Vivemos todos os dias que quisermos. Assim. Encontramos coisas grandes que nos fazem sentir pequeninos e doces coisas simples que nos fazem sentir maiores ainda, mais insuflados.
Mas quem são elas? Em tantas as ruas as perco e as encontro. As meninas de olhar maroto que espreitam pelas paredes com ar de quem quer brincar connosco. Não é uma, são muitas, são lindas e seguras de si mesmas. E a minha preferida é a que me espreitou sempre no caminho para casa.
Raval - Barcelona
“I like it when it shocks people.” – Miss Van
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Passadeira
Isto é uma passadeira. Parem e olhem antes de atravessar.
Dentro deste globo de neve coloquei o cantinho de uma menina que conheci num daqueles encontros de 30 segundos, que tanto se sucedem na minha vida. Um globo onde, quando as purpurinas caem, se vêem paisagens. Um dia agitamos e vemos uma cidadezinha Holandesa Gronningam, outro dia caiu nos pedaços de terra unidos onde passou pelo Colorado, Kansas, Wyoming e Utah. Hoje as purpurinas caem e vemos Xangai. O cantinho da menina do mundo que recolhe pedacinhos curiosos do dia, do dia que lhe foge entre terras e que ela persegue de bicicleta.
Dentro deste globo de neve aqui ao lado está o diário que um pobre menino perdido no mundo deixou cair na cabeça do mago do piano que toca Amélie Poulain. Provocou-lhe danos irreparáveis e agora ele tenta viver entre ele e ele. Um ele que é único e o outro pequenino, perdido em caminhos que são pontos de porquê, entre pedras que são montanhas, entre sombras que falam. Um excelente ‘exorcício’ (fusão da acção de exorcizar com a de exercitar) do lado mau para se ser alguém que é tão de bem com a vida.
Assim traduzia a sua a dor a minha pequena Ottávia que perdeu a sua amiguinha de pelo branco para o céu. Hoje vai nascer mais uma estrela.
terça-feira, 12 de junho de 2007
Sorrisos em cadeia
Foi complicado rabiscar sobre um reencontro out of space, que foi feito, em grande parte, de coisas que pairavam no ar em turbilhão, muito mais do que de momentos palpáveis. Minto, acredito que muitos de nós ainda conseguimos agarrar sentimentos com as mãos – mas tudo isto são coisas delicadas de (d)escrever.
É inexplicável o quanto me sinto bem por ter levado até lá, nem que por um pedacinho de tempo, os que não puderam estar presentes. Eu, uma espécie de Songoku e nuvem mágica.
Obrigada por partilharem comigo o que sentiram, lá ou onde teve que ser. Foi uma pedra que demorou a lapidar e a qual olhei e trabalhei durante bastante tempo, ora com martelos mais brutos, ora com mais olhares, ora com ferramentas mais minuciosas e até com limas. Tudo para encontrar a forma mais próxima de explicar.
Achei importante que se saiba, que se relembre, mas sobretudo que nunca se esqueça um tal de dia 9 de Junho de 2007 no passeio marítimo de Algés. Eu, jamais.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Conferência de última hora traz corações à flor da boca
domingo, 10 de junho de 2007
CONVOCATÓRIA
"O Casino de Lisboa vai ser invadido pela efusiva energia da orquestra mais contagiante da Nação. Um explosivo cocktail, não de molotov, mas de universalidades sonoras e culturais. A perfeita mistura entre os planetas do afro, latin, funk, arabic, groove, reggae, bossa, salsa, tango. Uma cósmica explosão sonora que não deixa ninguém indeferente ao movimento, à dança, à vibração! Doze brilhantes e luminosos músicos a injectar energia ritmíca directamente no coração. Uma “ Spring Experience” cheia de calor tropical. O contagiante -Tora Tora Cult- ao vivo e a cores com as participações especiais de Kika Santos e André Cabaço."
Amanhã, às 22h30
Entrada Livre
Não os deixem fugir!
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Já não amarroto os papeis e deito fora. Há gente que acredita que escrever ensaios a lápis é uma coisa muito séria. Séria: porque sai do coração e merece chegar aos olhos de quem procura o outro lado da coisa. Não séria chata.O coração escreve a lápis.
As coisas podem ser feitas em melopeias e recreios sem esquecer o essencial (o que para nós foi, claro). E se o mais importante da música for a partitura que se parta dela sem medo. Se a tela nos deu para as mãos uma leitura para a vida, que a saibam vocês também. Oiçam o que nos soube bem ver, vejam também o que nos soube mal. Acredito em traçados que sentem assim. E estou feliz por rabiscar ao lado destes grandes brincadores – a sério.
15:11 p.m.
LU"
Receber cartas dos outros. Fico a pensar.
Receber cartas para um outro que poderia ser eu.
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Inês and the dreamakers factory
Um dia deram-me um passaporte até a uma fábrica de sonhos. O Charlie foi ver como se fazia o chocolate e eu fui ver um dos sítios onde nasce a “constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer (...) e sempre que o homem sonha o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança.”
Os mestres e os meninos da fábrica mostraram-me como se pode pôr o mundo a pular, como acontecem bolas coloridas, e fizeram-no de forma concreta e definida, para eles era como se fosse outra coisa qualquer.
Mas há sempre o dia em que temos de voltar das viagens maravilha. Nas fábricas encantadas não se pode estar para sempre. Trouxe a mala cheia de vontade, percebi que quando há magia não há limites e que a criação é filha pródiga disso. Já perto da porta abraçaram-me e pediram que voltasse, prometeram-me que os sonhos não iam deixar de ser partilhados comigo. Um dia talvez volte. Entretanto chegou mais uma carta.
terça-feira, 5 de junho de 2007
Porque somos o melhor do mundo
Dez horas da manha e o despertador doce que diz que não posso mais repousar nos braços…Oh não! Nos meus braços! Humpf, adormeci mesmo em cima do braço e, como é óbvio, dói-me (até agora).
Ok. Comecemos de novo.
Dez horas da manha e o som doce do despertador diz que não posso mais repousar, 700 crianças “esperam-me” na praça amarela, que assim como a vermelha de Moscovo, Lisboa tem.
- Bom dia, era um Táxi a crédito.
- Qual é o crédito? (ler com voz igual a da senhora que chama o funcionário à caixa central)
Sim, é de aproveitar, porque este tipo de regalias já estão quase a ser, já estão quase a: eram!
No largo caminho até à Praça do Comércio penso sobre a noite passada. O Taxista tenta explicar-me que perto do sítio onde quero ir “dizem que está uma confusãaaao”. (Yah, fixe! Está a ver essa confusão? É mesmo para lá que quero ir, se faz favor). Sou fã dos taxistas desta cidade (tirando o que no outro dia me proporcionou um belo de um acidente). Sou, fã, mas hoje não, quero pensar na noite.
-Tem mesmo a certeza que quer ir para a confusão? Olhe que não se passa.
Encho os pulmões, aperto as mãos, peço perdão antecipado aos duendes, anjos, arcanjos e fadinhas (isto foi de escrever tanto sobre a Floribella) e:
- POOOO…de parar no sítio mais perto, onde lhe dê mais jeito e não lhe cause transtorno, se faz favor.
-E como não há troco a dar. A menina sai e vai a correr.
Sorriso amarelo às pintas rosa.
- Claro. Vah, um bom dia para si.
Rua Augusta. Sol. E o barulho ao fundo, o barulho in confundível dos pequeninos.
Devaneios e esquizofrenias à parte. Tive o tão desejado sol da manhã. Tive sorrisos. Tive alegria. Aquela que só os meus semelhantes conseguem ter. Estavam ali para marchar pelo ambiente. E a minha vontade era de enfiar um boné branco. Desenhar o meu cartaz e andar ali a berrar com eles pelas ruas da baixa por um mundo melhor. Crescemos e nunca mais conseguimos berrar assim.
Caminhei na rua Augusta, pela feirinha de pequenas bancas coloridas onde estavam à venda os brinquedos usados que os pequeninos trouxeram de casa e estavam a vender para conseguir sorrisos numa instituição de solidariedade à sua escolha. Comovi-me (acto que nunca se manifesta em mim) com a sua simplicidade de fazer. O Alberto, um sereno menino, com ar de menino e olhar limpo de menino, explicou-me que estava feliz porque tinham conseguído 123,93 euros para os meninos que estavam doentes. Eu apontava no bloco. E ele perguntou se ia aparecer na televisão.
Seguiu-se a exposição dos trabalhos que tinham feito com materiais usados. Meia dúzia delas estavam perfeitas para coabitar com a minha pessoa. Claro que foram projectadas pelos mais velhos, os professores, mas estava ali o toque mágico dado por mãozinhas.
Tudo feito em "ponto pequeno" para atingir um grande objectivo: o meio ambiente. Afinal é de pequenino que se torce o destino, e o mundo.
Escrevi sobre eles, mas não podia explicar nas folhas do jornal, o que realmente foi importante naquela manhã.
Feliz Dia Mundial do Ambiente!
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Eu fui à feira do livro. Giroflé! Giroflá!
Her skin is white cloth,
and she's all sewn apart
and she has many colored pins
sticking out of her heart.
She has many different zombies
who are deeply in her trance.
She even has a zombie
who was originally from France.
But she knows she has a curse on her,
a curse she cannot win.
For if someone gets
too close to her,
the pins stick farther in.
in "The Melancholy Death of Oyster Boy &Other Stories", Tim Burton
20:06 p.m.
- E saber dizer também tem o seu mérito. Já tentaste palavrar?
- Não.
Faíza Hayat no país do mundo
Agora, olhando o meu pequenino espelho, vejo uma mulher que é o que vê e se calhar seria outra coisa se visse outro rosto. Quando era menina perguntava-me se as cores eram as mesmas que eu via para quem tinha os olhos azuis. Acreditava que o mundo seria mais bonito com um filtro azul ou verde.
Estou parada em Ayoun el Atrouss. Olho o espelho. Os companheiros revisam a bagagem, as amarras, a quantidade de água. Estamos a meio do caminho entre Nouakchott e Walata. A viagem é longa e gosto de saber com quem viajo. “Olá sou a Faíza”. Sorrio. “Olá” – digo-lhe -,“acho que já te conheço”. Guardo o meu espelho, acabo o meu chá e subo ao carro. O deserto, como um amante fiel, aguarda por mim.”
Há anos que leio as crónicas da Faíza, na Xis e agora na Pública (ainda vai sendo o melhor que a revista tem). A Faíza é uma mulher a sério, daquelas que gostava, em parte, ser quando for grande. É bom quando chega até nós em papeis alguém que partilha as nossas paixões. A Faíza é apaixonada pelo mundo e por viajar nele, por ele, entre ele; é apaixonada pelos amigos, dos quais fala frequentemente; é apaixonada pelas palavras, pelas contradições, pelo devaneio, pelos pés a sentir a terra e a cabeça a sentir ar. E tal como eu é apaixonada por um dos meus grandes amores: Barcelona (onde vive, apesar de ser uma mulher do mundo). É uma mulher de paixões e disto tudo só não sou mulher, sou menina. É bom quando lemos alguém e parece que nos estamos a ler. É bom ler a Faíza que faz ser bom ler-me a mim também.
domingo, 3 de junho de 2007
Depois de o julgarmos morto descobrimos que evoluiu
A capacidade técnica adquirida nos dois últimos anos foi decisiva para criar uma versão 2.0.
Há traços do programa que se mantém, fazem parte da minha assinatura sonora. Outros, foram arquivados.
No entanto que fique bem claro, esta semi-caixa de Pandora a que chamei de “O Cubo” é um futuro orgulhoso do passado.
Tem arestas limpas, vértices claros, e garanto que, quem imaginar um cubo limitado a 6 faces vai ficar desapontado.
É um tubo de ensaio que vai crescer para dentro e, também, para fora.
É Rubik em n X n.
O Cubo começa aqui."
- People come to New York to be forgiven. New York is a permeable place to be.
- How did you sin? - he asks the young man.
Ceth is silent.
The old man says:
- It can't be anything too bad.
Ceth has tears in his eyes and says:
-You don't know that.
Old man:
- Well, whatever it is, I'm sure you did your best. But when you grow up here, home can be very unforgiving.
He later goes on to say:
- When I was mayor, people said I sinned because I didn't do enough during the AIDS crisis. It was because I wasn't out of the closet. But I did the best I could, I was afraid. I was impermeable."