terça-feira, 9 de junho de 2009
Lykke Li, tricky look
quarta-feira, 15 de abril de 2009
a Brasileira, Braga
terça-feira, 14 de abril de 2009
No útero de Californication
É sempre uma boa sensação quando acabamos de ver algo que nos faz sentir não cabermos em nós. Quando queremos partilhá-lo com alguém, escrever sobre isso ou simplesmente estar em silencio, para que a boa sensação não acabe. Melhor se vivida mas igualmente boa em ficção.
Tive vontade de fazer tudo isto no fim do último episódio de Californicacion. Acabei por escrever. Talvez porque é tarde. Talvez ainda esteja a tempo de fazer tudo o resto.
Cada vez que tento falar sobre esta série, em muitas delas, a conversa não chega a começar. Ou porque alguém viu um episódio que achou completamente dirty e exagerado, ou porque «é só sexo», ou porque é apenas uma série sobre um homem louco que só pensa em sexo com outras mulheres. Um porquê que nunca está muito longe disto.
O tema «sexo» é inegável mas a série deve estar longe de ser condenada e resumida a isso. Californicacion é também feita de diálogos bem escritos e de personagens construídas em detalhes. Onde as loucas histórias que se vão sucedendo entre o pequeno círculo familiar são bons adereços de pertinentes reflexões sobre o quotidiano, sobre o ser humano e a forma como se relaciona consigo e com o próximo.
«In Utero», o episódio dez da segunda série que acabei de ver, é exemplo disso. Um excelente resumo de tudo que a série tem de bom, de como se pode fazer em 30 minutos um episódio «com tudo». Pequenos poemas que não podem acontecer sempre mas que devem acontecer de vez enquanto para nos enroscar ainda mais na história e nos personagens.
E não, não foi por ser o primeiro episódio com imagens não filmadas na Califórnia e sem sexo. ;)
Fica aqui um pouco da essência.
Nova Iorque - Hank Moody e Karen - The beginning.
domingo, 22 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
domingo, 15 de março de 2009
Gran Eastwood
Há muito tempo que não saía assim do cinema, emocionada. Completamente. Pela arte. Mais ainda, pelo artista.
Gran Torino tem tudo que um filme precisa para ser um grande filme. Uma boa história que abraça temáticas reais. O conflito de gerações, a convivência entre culturas diferentes num mesmo país, o presente dos homens da guerra, a família, a tendência em empacotar a terceira idade, o bom e o mau do sonho americano and so and so. Todas elas carimbadas por uma série de objectos que vão ganhando significado ao longo do filme, traçando as linhas do fim dos dias de um homem duro que ama a América.
A proeza de fazer um grande filme num pequeno cenário. Duas casas, uma barbearia e pouco mais. O que é que Gran Torino tem de extraordinário?
O fim, o remate perfeito para os bens e os males de Walt Kowalsky. Ainda mais que isso:
O gigante CLINT EASTWOOD. Um verdadeiro filho do cinema. Que volta à sua velha forma: realização + representação. Uma entrega que chega a um realismo tão grande que nos temos que pôr em bicos de pés para vê-lo, com os olhos de quem vê um Picasso ou um Kandinsky. Como amantes de cinema. Como quem ama quem o faz com corpo e alma e nos faz perceber que o domínio da arte torna o artista parte dela.
Que bandas como os Gorillaz continuem a fazer músicas com o seu nome. Que Clint nunca deixe de realizar e representar filmes. De ser cinematografia. Teríamos sido tão pobres sem ele.
quarta-feira, 11 de março de 2009
terça-feira, 10 de março de 2009
A poesia de LOST
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Over the rainbow
Tirei esta foto há semanas atrás. Desde que ouvi falar deste filme pela primeira vez, tive um bom feeling. Não sei se pelo actor principal ser Sean Penn, protagonista de um dos meus filmes preferidos. Não sei se pelo realizador ser Gus Van Sant, que abalou os meus dias com alguns dos seus filmes. Não sei se por Emile Hirsch ter uns óculos parecidos com os meus. Não sabia mas ontem percebi. Disseste que ia adorar. Comprovou-se.
Harvey Milk: My name is Harvey Milk. And I’m here to recruit you.
Milk é o melhor ensaio sobre a cegueira dos últimos tempos. Um encaixe perfeito entre guião e as imagens reais, onde até os tons entre a imagem documental e a produzida estão em harmonia. É uma representação que Sean Penn leva à exaustão. Bravo! É impossível não ficar revoltado coma revolta dos que não têm culpa e ao perceber que a luta iniciada por Milk ainda hoje não acabou.
Espero sempre que os actores se superem a cada filme mas acho que Penn, apesar do grande repertório que já carrega, fez um dos, se não o papel da sua vida. O restante elenco não lhe fica atrás. Não posso deixar de sublinhar a prestação de James Franco e Emile Hirsch. Gus Van Sant encarregou-se de tudo o resto e daqueles «pormaiores» que são muito dele, que somam a grandes filmes delicadezas como uma «manif» ao som de «Over the Rainbow». Tudo para explicar que a grandeza do discurso e da luta de Harvey Milk foi provar que tudo o que defendia já estava escrito em frases da lei e constituição americana.
Harvey Milk: I know you’re angry. I am angry.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Não custa nada
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Quem tramou Jericho?
Recentemente embalei em Jericho e experienciei algo que me desagradou imenso: uma série inacabada. Ficou a pergunta: porque é que uma história tão bem alicerçada foi morta antes de ser construída. Afinal, quem tramou Jericho?
A série com nome de pequena cidade no Kansas, cria um cenário apocalíptico desde o primeiro episódio: os Estados Unidos da América sofreram atentados terroristas em vários pontos da nação e nada será como antes.
Enquanto decorria a primeira temporada, os habitantes de Jericho tentavam proteger a cidade e manter uma democracia que se tornava quase impossível em situação de caos. Ainda decorria a primeira temporada e Jericho, a série da CBS, travava um show de sobrevivência também fora do ecrã contra a baixa audiência, que começou nos 11 milhões e terminou com 6 milhões de espectadores.
Enquanto os habitantes de Jericho se (re)uniam para travar batalhas com a cidade vizinha, New Bern, contra a desconfiança e a favor dos bons princípios, que dificilmente resistem num cenário onde vão desaparecendo os bens primários e dão lugar à fome e ao desespero. Os fãs de Jericho mobilizados pelo animador do programa de rádio Blogtalkradio.com, Shaun Daily, começaram uma batalha conta a CBS, invadindo o estúdio com cerca de 40 mil…amendoins.
Inspirados por Jake, personagem principal, que no final da primeira série, quando a vizinha New Bern pede a Jericho que se renda, recusa o pedido com a palavra «nuts» (a mesma resposta que o general americano Anthony McAuliffe deu aos alemães na batalha de Bastogne, na segunda Guerra Mundial). Uma história recordada entre amigos e familiares de Jake, batizada como a «história dos (pea)nuts» e que inspirou um momento de revolução dentro e fora da série.Um protesto que começou de forma inocente mas que, de tão bem organizado, mexeu com os estúdios da CBS de tal forma que foi anunciada a encomenda da segunda série. A vitória dos fãs de Jericho, desvaneceu quando perceberam que a segunda série tinha apenas sete episódios, um amendoim
Os produtores que tentaram salvar a cidade na primeira série, tiveram que salvar uma nação em sete episódios, deixando tudo em aberto para caso mais uma revolução voltasse a acontecer fora dos ecrãs. Uma tarefa ingrata mas bem conseguida. Para a produtora executiva Carol Barbee, a «revolução dos fãs» só pode ser um ponto alto da sua carreira.
No início de 2008 foi erguido na entrada de Chicago uma cartaz que diz: «Jericho à venda: 6 milhões de órfãos». New fan attack? Nunca tive dúvidas que a ficção é uma óptima forma de inspirar a realidade.