Há muito tempo que não saía assim do cinema, emocionada. Completamente. Pela arte. Mais ainda, pelo artista.
Gran Torino tem tudo que um filme precisa para ser um grande filme. Uma boa história que abraça temáticas reais. O conflito de gerações, a convivência entre culturas diferentes num mesmo país, o presente dos homens da guerra, a família, a tendência em empacotar a terceira idade, o bom e o mau do sonho americano and so and so. Todas elas carimbadas por uma série de objectos que vão ganhando significado ao longo do filme, traçando as linhas do fim dos dias de um homem duro que ama a América.
A proeza de fazer um grande filme num pequeno cenário. Duas casas, uma barbearia e pouco mais. O que é que Gran Torino tem de extraordinário?
O fim, o remate perfeito para os bens e os males de Walt Kowalsky. Ainda mais que isso:
O gigante CLINT EASTWOOD. Um verdadeiro filho do cinema. Que volta à sua velha forma: realização + representação. Uma entrega que chega a um realismo tão grande que nos temos que pôr em bicos de pés para vê-lo, com os olhos de quem vê um Picasso ou um Kandinsky. Como amantes de cinema. Como quem ama quem o faz com corpo e alma e nos faz perceber que o domínio da arte torna o artista parte dela.
Que bandas como os Gorillaz continuem a fazer músicas com o seu nome. Que Clint nunca deixe de realizar e representar filmes. De ser cinematografia. Teríamos sido tão pobres sem ele.
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