quinta-feira, 27 de março de 2008

New York, I Love You



MGMT - Time to pretend

1:40


















"
How can it feel, this wrong, from this moment".

terça-feira, 11 de março de 2008

Vamos repetir?

Sim, amigos, foi há um ano. Lisboa frágil de música, poesia e a primavera.
360º - desta vez, nú feminino.
Vamos repetir?

sábado, 8 de março de 2008

2:37

" Imagens que sabem descobrir, tão bem, o caminho do coração".
Michel Houellebecq

segunda-feira, 3 de março de 2008

Juno: “ Um rabisco que não pode ser desfeito”

Incrivelmente inteligente para a sua idade e cheia de respostas perspicazes na ponta da língua. Menina de trato irónico, olhar sereno e postura descontraída. Atributos que fazem parte do tudo que (pre)enche a pequena Juno de contradições. A mais recente: um bebé aos 16 anos. “ Um rabisco que não pode ser desfeito, minha”, diz o vendedor da loja onde compra mais um dos muitos testes de gravidez ( o incrível Riann Wilson).
Nada em Juno é esperado. Nada em Juno tem 16 anos. Nada em Juno reage com o tom de uma adolescente ‘acidentalmente’ grávida que tem que abrir um espaço cada vez maior com a barriga por entre a multidão dos corredores da escola. A descontracção que põe em tudo é a mesma com que numa tarde ‘de seca’ decidiu fazer sexo pela primeira vez com o seu melhor amigo Bleeker.

Não, não estamos perante mais um filme para adolescentes – suspiramos.

Juno não recorre ao aborto, os pais reagem aparentemente bem à confissão seguida de um comunicado sobre a certeza de querer dar o filho para adopção, tem a ajuda incondicional da melhor amiga e enfrenta de forma descomplexada a sociedade que lhe crava os olhos. Uma reacção associada à figura de menina forte e, quem sabe, ao ponto a que as coisas chegaram hoje em dia, um ponto estranho para muitos mas, sobretudo, livre. “Hello, I’d like to procure a hasty abortion”. Expressões que passaram a ser chamadas de junismos.

Nunca poderemos comparar Juno a um a A Little Miss Sunshine mas sabemos que a carrinha amarela do filme com mais sumo concentrado dos últimos tempos lhe abriu portas, lhe deu este lugar nos Óscares e sobretudo nas principais salas de cinema. Sabemos que Juno e Leah são uma espécie de irmãs (bem) mais novas de Thora Birch e Scarlett Johansson, em Ghost World, que tanto trabalharam a sensibilidade do espectador para filmes “dark and funny”: filmes fixes, com miúdas muito à frente (da sua idade), com vidas carimbadas por ícones que vão dos anos 50 aos 80. Um caminho também feito por filmes como Garden State, onde os parvos são gente apaixonante e com sentimentos bonitos. Tentativas mal concretizadas por muitos dos filmes de Domingo à tarde.
Mais que a última personagem representada por Ellen Page, Juno é a nossa nova amiga. Tem 16 anos e está grávida - como milhares de outras jovens – pensamos. E quê? Ela é a primeira a não querer dar ênfase ao pânico que pode haver nisso mas sim à sorte que pode estar à espreita em tudo o resto. Apesar de tudo e por mais que Juno apareça no ecrã como uma pequena guerreira de armadura de ferro não perdemos vontade lhe dar um abraço. Afinal é uma menina, tem 16 anos, esteve grávida e decidiu dar o filho para adopção.



Porque há noites em que dizemos:
-Vamos?
E nos respondem:
-Bora! :)